Diferente da ciclovia Tim Maia, Píer de Ipanema foi projetado, em 1970, para resistir a tsunami

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Mais de 40 anos antes da ressaca que provocou o desabamento de um trecho da recém-inaugurada ciclovia Tim Maia, no último dia 21, deixando dois mortos, outra construção na orla carioca foi projetada para resistir até a um tsunami. O Píer de Ipanema começou a ser erguido em 1970, para a instalação de um emissário submarino, e foi desmontado em 1975. Os cálculos foram feitos para a estrutura resistir ao que engenharia chama de “onda centenária” — um evento com probabilidade de ocorrer uma vez a cada cem anos —, que teria de 10 a 12 metros. No dia da tragédia em São Conrado, a média das ondas foi de 3m, com pico de 5m.

— Não tem nada de novo nisso. Existem aparelhos que medem a altura das ondas e, baseado na série histórica, calcula-se a onda centenária — explica o engenheiro Carlos Alexandre Sá, que esteve à frente das obras: — A estrutura foi construída pela empresa que eu dirigia, mas calculada por uma empresa francesa.

O projeto da ciclovia previu a ação de ondas apenas nos pilares, e não na pista.

— Se o cálculo dessa obra não levou em consideração a ocorrência de uma onda centenária, trata-se de um erro crasso que merece punição exemplar — diz Carlos Sá.

O desabamento da ciclovia Tim Maia se soma a uma lista de falhas em obras recentes da prefeitura do Rio. Veja algumas delas:

Onze mortos em obras Olímpicas: As obras de instalações esportivas ou de legado para as Olimpíadas, realizadas entre janeiro de 2013 e março de 2016, causaram a morte de 11 operários, de acordo com relatório produzido pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio.

Em londres, zero mortes: O mesmo relatório indica que nenhum trabalhador morreu nas obras para as Olimpíadas de Londres, em 2012. No Rio, a Superintendência realizou 260 ações de fiscalização, com 1.675 autos de infração lavrados. Houve 38 interdições e embargos.

Engenhão fechado: Em março de 2013, o estádio João Havelange, o Engenhão, foi interditado por tempo indeterminado depois que o laudo de uma empresa alemã, feito a pedido da Odebrecht, apontar problemas na cobertura. A estrutura metálica que sustentava a cobertura estava comprometida pela corrosão.

Vila do pan rachada: Também em 2013, moradores da Vila do Pan viram o investimento que fizeram se transformar em um problema. A área em volta dos prédios estava cedendo e os edifícios estavam com rachaduras. O Conselho Regional de Engenharia do Rio, que já tinha visitado o local em 2009, afirmou, na época, que a situação se agravou com o passar do tempo.

Problemas no BRT: No início deste ano, um menino de quatro anos recebeu uma descarga elétrica dentro da estação do BRT, em Madureira. Ao tentar passar pela catraca, a criança ficou presa e recebeu o choque. Ele ficou internado dois meses no Hospital Albert Schweitzer, Realengo. Também este ano,as obras na Barra da Tijuca ficaram completamente paradas. As imediações do Terminal Alvorada acabaram se tornando um local de acúmulo de lixo e de entulho.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/diferente-da-ciclovia-tim-maia-pier-de-ipanema-foi-projetado-em-1970-para-resistir-tsunami-19200495.html#ixzz47VEjYoXo

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