A partir do dia 10 de março o NAI – Núcleo de Artes Integradas apresentará ao público sua mais nova criação, a performance “RESPIRA”, uma experiência imersiva, interdisciplinar e intercultural, que transformará a Arena do Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, numa instalação performativa, convidando os espectadores para uma experiência sensorial.
“RESPIRA” é sobre viver, buscar o ar, olhar em volta, seguir adiante, se manter vivo, em movimento, trocar de pele. É sobre abrir os caminhos, ocupar os espaços e tomar a alegria de volta. É sobre celebrar a existência, transformar os escombros de outrora em uma pulsão de vida, beleza e poesia. É sobre reinventar memórias e habitats. É sobre a criação de lugares possíveis, sobre renascimento e semeadura, no atravessamento do poema Jardins de Ericson Pires como material dramatúrgico. É sobre a estética carnavalizada e o espírito libertário do carnaval de rua do Rio de Janeiro.
Dessa forma o NAI se lança na construção de um campo afetivo entre seus artistas e os espectadores, criando imagens, sensações e dispositivos que desloquem o espectador da ideia do entendimento lógico, trazendo-o para o centro da experiência, imerso na ação dramatúrgica, uma vez que é preciso dar sentido ao que se vê o tempo todo. Assim o espectador tem a tarefa de construir sua própria obra, a partir de como ele se afeta, especula e se relaciona com o que vê, experienciando ao final da noite, uma obra final única e efêmera.
Em “RESPIRA”, Renato Rocha dirige um elenco composto por 15 artistas criadores de diferentes disciplinas: Camila Doring, Carol Dunham, Carol Pucu, Claudia Wer, Dani Barbosa, Daniel Bouzas, Eduardo Ibraim, Gabrielle Novello, Maria Cândida Portugal, Miguel Kalahary, Nina Rodrigues, Raquel Polistchuck, Renan Fidalgo, Tatyane Meyer e Thaisa Santoth, todos integrantes do NAI.
Núcleo de Artes Integradas
O NAI é um núcleo de pesquisas continuadas criado pelo diretor Renato Rocha, com o intuito de desenvolver no Brasil o processo artístico que vinha implementando em Londres e no cenário internacional. Ou seja, criar plataformas multidisciplinares e multiculturais, onde a partir do conceito de antropofagia, que o diretor vem chamando de processo criativo antropofágico, fundamentar estruturas de processo criativo, capazes de produzir dispositivos, ferramentas e fundamentos para pesquisas de possíveis dramaturgias, corporeidades, estados sensórios e afetivos e linguagens estéticas. Dessa forma proporciona o terreno ideal para aflorar as autoralidades de cada artista e performer do grupo, num processo de atravessamentos íntimos e pessoais, de retroalimentações, digestões, ruminações e regurgitofagias que voltam para o processo e determinam cada obra.
O NAI vem se estabelecendo num campo de pesquisa e interfaces entre as artes visuais, a performance art, o happening, o site specfic, a tecnologia, a palavra, dramaturgias subjetivas e as experiências imersivas e performativas, onde o espectador é convidado para o centro dessa experiência, criando assim por cognição, sua própria dramaturgia, seus vínculos, e por consequência, sua obra/experiência.
A gênese do NAI é de agosto de 2016, no Rio de janeiro, quando Renato foi convidado pelo National Theatre of Scotland, a criar um projeto multidisciplinar para o Festival Home Away, em Glasgow. Assim, artistas como Renato Rocha, Márcio Vito, Renato Machado, Tarsila Takahashi, entre outros, criaram o espetáculo “Antes que tudo acabe” (Before Everything Ends). O projeto teve a parceria do Sesc Rio, onde o espetáculo fez sua temporada no Brasil, e Renato, a convite do Sesc Rio, ministrou uma residência artística com artistas de diferentes backgrounds. A partir dessa residência, outros artistas se juntaram a esse grupo e assim seguiram pesquisando com o diretor esse campo das interfaces artísticas e em como trazer para o espaço expositivo uma outra relação espectador – obra – experiência.
Em seu segundo trabalho, “S’BLOOD” (2018), abriu essa pesquisa ao público, querendo perceber como o olhar do espectador iria interferir nas direções dessa pesquisa, e o resultado dessa experiênica foi indicado ao Prêmio Shell-RJ na categoria Inovação. Em seu terceiro projeto, “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, o NAI amplia os horizontes da pesquisa, dando um passo mais ousado ao encontro da subjtividade do espectador, que agora precisa completar e significar a obra, podendo até performar junto com os artistas do grupo.
Assim o NAI abre novas possibilidades de interações, especulações, mudanças de perspectivas e pontos de vistas, amadurecendo sua pesquisa artística e sua relação com o espectador, e ainda percorre novos caminhos, interagindo e ocupando diferentes arquiteturas da cidade do Rio de Janeiro, e percebendo com isso afeta e transforma seu trabalho.
Renato Rocha
É um diretor brasileiro que desenvolve carreira internacional desde 2010. Criou espetáculos para a Royal Shakespeare Company, The Roundhouse, Lift, Circolombia, para a Bienal Internacional de Artes de Marselha, o National Theatre of Scotland, o Festival Internacional de Leicester, a União Européia e Unicef. Dirigiu projetos na Índia, Berlim, Tanzânia, Quênia, Egito, Paris, Nova Iorque, Edimburgo, Estocolmo, Budapeste e Colômbia. Foi diretor artístico da Organização Street Child United e do Circus Incubator, colaboração entre França, Finlândia, Suécia, Espanha, Canadá e Brasil.
Em 2016, fundou o NAI – Núcleo de Artes Integradas, no Brasil, onde criou “Before Everything Ends” para o Festival Home/Away em Glasgow, “S’blood”, indicado ao Shell-RJ de 2018, na categoria inovação, “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, “Estar fora do mapa também é existir” para a ArtRio, na C.Galeria, “Fragmentos de emaranhados e esquecimentos”, para o ArtCore no MAM-RJ e a plataforma internacional “A conferência dos pássaros”, para a programação artística da COP26, em Glasgow. Dirigiu “Rastros” com o Circo Crescer E Viver, “Ayrton Senna” e “O Meu Destino é Ser Star” com a Aventura Entretenimento, e em 2019, “Eu, Moby Dick” com o Oi Futuro. Recebeu 16 indicações nas mais importantes premiações do país, ganhando o Prêmio Cesgranrio de Teatro de Melhor Cenografia.
Nos anos 1990, Renato Rocha montou espetáculos com elencos numerosos que fizeram temporadas em espaços ao ar livre. Integrou a Intrépida Trupe e o Nós do Morro, experiências que o catapultou para trabalhos na Europa, Ásia e África.
Em 2021, desenvolveu o projeto “Casa Comum”. Financiado pelo British Council, o projeto aconteceu no coração da Amazônia com o povo indígena Sateré Mawé entre rios, floresta e cidade, onde os 10 artistas amazônidos, juntamente com o diretor artístico Renato Rocha, o estúdio londrino SDNA, os cineastas Takumã Kuikuro e Rafael Ramos e o artista sonoro Daniel Castanheira, criaram vídeos performances que refletiram sobre a cosmovisão indígena do planeta como uma casa comum, iluminada por Ailton Krenak. O projeto fez parte também da programação artística do Casa Festival em Londres, da COP26 em Glasgow e do Festival Amazônia Mapping no Pará, e contou com as parcerias da Pipe Factory, The Theatre of the Opportunity, The Necessary Space e LABEA.
Ficha técnica
Direção: Renato Rocha
Artistas Criadores / Performers: Camila Doring, Carol Dunham, Carol Pucu, Claudia Wer, Dani Barbosa, Daniel Bouzas, Eduardo Ibraim, Gabrielle Novello, Maria Cândida Portugal, Miguel Kalahary, Nina Rodrigues, Raquel Polistchuck, Renan Fidalgo, Tatyane Meyer e Thaisa Santoth.
Assistência de Direção: Carol Pucu
Instalação Sonora: Daniel Castanheira
Direção de Movimento: Valéria Martins
Iluminação: Renato Machado
Direção de Arte: Renato Rocha
Produção de objetos artísticos: Claudia Wer
Vídeos: Breno Buswell
Direção técnica do audiovisual: Rico Villarouca
Direção de Produção: Gabrielle Novello e Renan Fidalgo
Produção executiva: Nina Rosenthal
Assistência de Produção: Camila Doring
Coordenação Geral de Produção: Renato Rocha
Colaboração Artística: Valéria Martins
Colaboração no conceito de figurinos: Tarsila Takahashi
Colaboração na pesquisa de conteúdo: Daniel Castanheira
Colaboração textual: Marcio Vito
Participação textos em off: Carolina Virguëz
Máscaras Eletroluminescentes: O Aramista (@oaramista)
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Comunicação Visual: Ian Guerra
Redes Sociais: NAI – Núcleo de Artes Integradas
Produção e Realização: NAI – Núcleo de Artes Integradas
Serviço
Sesc Copacabana
Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro.
Informações: 21 2547-0156
Local: Arena
Estreia nacional / temporada: 10 de março a 27 de março de 2022.
Dias e horários: Quinta à domingo, às 19:00h.
Valor do ingresso: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia) e R$ 7,50 (associado do Sesc).
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 60 minutos
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