Adam Lambert queria beijar um “carioca gatinho”, mas voltou sozinho para o hotel
Ele já estava de volta ao Copacabana Palace, mas continuava animadaço. “Tá rolando festa aí? Quero sair, badalar, conhecer cariocas gatinhos e beijar muito na boca”, disse o cantor, para um interlocutor grogue de sono. Lá não tinha festa, estava longe disso — e tudo indica que Lambert não conheceu gatinho algum e voltou a dormir. A boate The Week estava nos planos para a noitada de ontem.
Um pouco antes disso, com Lambert ainda no palco, Bruna Marquezine, no meio do povão, baixou a guarda. Além de beijar enlouquecidamente o ator Mauricio Destri — se você não assiste à novela “I love Paraisópolis”, talvez seja preciso dar um Google no nome do rapaz —, ela ainda fazia cena de ciúmes por causa do assédio das fãs sobre o namorado, a quem chama de “Lourinho”.
“Olha ali a garota dando mole pro Maurício”, disse ela a uma amiga, apontando o ator com o queixo. Fotos dos dois pipocaram nas redes sociais e o casal já ganhou a hashtag #destrizine.
Ontem, na segunda noite de festival, o camarote VIP voltou a encher e, até o fechamento desta edição, as filas para a comida (pois é) estavam menores do que no dia anterior, quando uma queda de luz acabou prejudicando a produção na cozinha. “O que nós fizemos foi um milagre. De vinte fogões, só quatro estavam funcionando”, disse Rodrigo Aquim, dono do bufê contratado para servir 4 mil pessoas por dia.
O cardápio este ano, aliás, está bem mais simples: massas, saladas, pães e frios, sem aquela sofisticação e variedade das duas últimas edições do evento. Em tempos de crise, até a área vipona do Rock in Rio sofreu uma “readequação de orçamento”.
Mas nem só de camarote vipão se faz o festival e e, orbitando os palcos há vários outros espaços menores para os “very important” — os patrocinadores e anunciantes também montam seus camarotes, em geral mais modestos que o “the big one”, como um americano explicou ao amigo, pelo celular, quando foi dizer aonde estava naquele momento.
O camarote da Pepsi, todo colorido, com luzes fortes e ambiente quase lisérgico, é mais ou menos uma embaixada de São Paulo no Rock in Rio, no que diz respeito a muitos dos funcionários. Eles acabam nos ensinando gírias como “Sussa”, de “sossegado”, que por lá equivale ao nosso “Demorô”. Assim: “Sussa, vamos fazer isso ainda hoje”.
Comparados às loucuras de outras edições do festival — que já teve Ozzy Osbourne desmaiando de bêbado no voo para o Brasil — o pedido de Legend é pinto. “O mundo mudou. Hoje, os artistas entendem que é mais trabalho e menos loucura”, acredita Zé. “A repercussão do que se faz é imediata, tá tudo na internet dois minutos depois”.
Isso “acaba tirando a espontaneidade do rock”, segundo Felipe Andreolli, baixista do Angra, grupo de heavy metal que se apresentou ontem. “As pessoas ficam com medo de se expor tanto”, observava. “Hoje também há uma consciência maior da saúde, os artistas querem chegar bem à velhice… São veganos ou vegetarianos, e geralmente o pessoal tem uma forte preocupação com os animais”. (Cleo Guimarães, Maria Fortuna e Adalberto Neto)