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Com R$ 50 da avó, ambulante ganha 1º milhão vendendo hambúrguer na praia

A Hareburger tem sete opções de sanduíches. O mais vendido é o de shiitake, mas também há lanches com molho de manga, abacaxi e pão de sete grãos, todos feitos com hambúrguer de soja.

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Foi nas areias de Ipanema, no Rio de Janeiro, que o empresário Raphael Krás, 28, iniciou um negócio milionário. Em 2006, ele começou a vender hambúrgueres vegetarianos em uma caixa de isopor na praia, com R$ 50 emprestados da avó. Era o início da Hareburger que, oito anos depois, fechou 2014 faturando R$ 1,2 milhão em duas lojas fixas. O lucro não foi informado.

Uma das lojas é a matriz da rede, chamada por Krás de “nave-mãe”. A outra unidade é franqueada. O custo de abertura é a partir de R$ 190 mil, segundo a empresa. O faturamento médio mensal é de R$ 100 mil, com lucro líquido de 15% (R$ 15 mil) e retorno do investimento em até 30 meses.

Apesar das lojas, a empresa não abandonou as praias. Krás afirma que seis vendedores autônomos são responsáveis por revender os hambúrgueres da marca nas areias de Ipanema e do Leblon. Para trabalhar para a rede, os vendedores precisam estar formalizados como microempreendedores individuais.

“Eles compram nossos hambúrgueres com desconto e revendem pelo preço da loja”, diz. “Também fornecemos o isopor, uniforme e um leitor de cartões, que pode ser acoplado a um smartphone.”

Durante o verão, a venda de hambúrgueres nas praias triplica e a empresa chega a contar com até dez vendedores ambulantes, todos autorizados pela prefeitura a exercerem a atividade, segundo Krás.

A Hareburger tem sete opções de sanduíches. O mais vendido é o de shiitake, mas também há lanches com molho de manga, abacaxi e pão de sete grãos, todos feitos com hambúrguer de soja. Os preços variam de R$ 13 a R$ 15, dependendo do sabor. Além disso, as lojas vendem sucos e sobremesas naturais.

Negócio começou com R$ 50 emprestados da avó

O empresário, que é vegetariano, percebeu a oportunidade de negócio ao frequentar praias e não encontrar opções de alimentos sem carne. Decidido a atender esse público, ele pediu R$ 50 emprestados a avó e comprou isopor, papel alumínio e ingredientes para montar os primeiros “hare burgers”.

Praticante de kung-fu e meditação, Krás se inspirou na cultura oriental e esotérica para criar a identidade do negócio. Alguns ingredientes levam nomes diferentes, como “cheddar alucinante”, “tomate psicodélico”, “mostarda transcendental” e “molho secreto vulcânico de Marte” (barbecue).

“Precisava de um diferencial de marketing. Essa foi uma forma descontraída que encontrei para chamar a atenção do público”, diz. “É uma inspiração que vem das estrelas.” Para este ano, ele planeja a abertura de cinco unidades franqueadas no Rio de Janeiro e uma em São Paulo, no segundo semestre.

Sazonalidade é risco para negócios na praia

Negócios na praia convivem com o risco da sazonalidade, segundo Rodolfo Olivo, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração). Enquanto as vendas se multiplicam no verão, elas caem na mesma proporção durante o inverno. Sem planejamento, a empresa pode não suportar o período de baixa e fechar, de acordo com o professor.

“É preciso planejamento. Durante o verão, o empresário tem de fazer uma reserva de dinheiro para aguentar os custos do inverno. Se ele gastar tudo ainda no verão, não vai ter fluxo de caixa suficiente para pagar as contas depois”, afirma.

Para o Olivo, antes de abrir um negócio na praia, o empresário deve analisar se a ideia é viável o ano todo e, principalmente, não se enganar com o movimento de verão no litoral. “A praia cheia dá uma falsa sensação de que não faltará público. Por isso, também é importante ver o movimento fora da alta temporada”, diz.

Faturar R$ 1 milhão com loja de hambúrguer é possível, diz especialista

Faturar R$ 1,2 milhão em um ano com a venda de hambúrguer é possível, segundo cálculos de Olivo. Para alcançar tal número, o especialista diz que cada loja da Hareburger precisa arrecadar R$ 50 mil por mês. Levando em conta um gasto médio por cliente de R$ 20 (lanche + suco), cada loja teria de atender cem clientes por dia.

“Por ser no Rio de Janeiro, uma cidade grande e com alto fluxo de turistas, é possível que cada loja atenda cem clientes em um dia”, afirma.

FONTE: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=6&cid=225479

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