A distância de quatro quilômetros entre a Central do Brasil e o Theatro Municipal não é tão grande. Porém, a aproximação entre os públicos dos dois prédios não faz parte da rotina. Nesta terça-feira (3), a união: a arte do templo da cultura carioca “visitou” os milhares de trabalhadores que passam pela maior estação de transporte coletivo do Estado. De surpresa, o Coro do Municipal, com aproximadamente 80 cantores, fez uma apresentação para quem passava pela Central no final da tarde. Os olhos e ouvidos despertaram atentamente para os trechos de óperas de Verdi e Beethoven, inaugurando o projeto Palco Cultura Presente, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
O programa tem a proposta de levar atrações culturais para diversos espaços do estado sempre na primeira terça-feira do mês. Na Central, o evento teve o formato flash mob, quando um grupo se reúne repentinamente em ambiente público para realizar uma apresentação atípica por um curto período de tempo e rapidamente se dispersa como se nada tivesse acontecido. O formato tem sido bastante utilizado em todo o mundo para aproximar a arte da população.
— Nos reunimos na Central do Brasil para promover um ato de aproximação da cultura fluminense com o cidadão. E nada melhor que promover esse encontro na Central, um local com uma mistura de povos e que casa perfeitamente com o que pensamos como cultura: que seja para todos e presente na vida de todos — disse a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa.
O show de vozes chamou a atenção do público. Algumas pessoas até tentaram seguir a sua rotina, mas a curiosidade pela arte não passou despercebida. Além do coro do Theatro Municipal, o evento teve a participação do Dó Ré Mi, um grupo musical com crianças e adolescentes de Petrópolis, que se apresentou em turnê pelo estado do Rio, com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado.
— Fiquei maravilhada com o evento. Passo diariamente pela Central do Brasil e fui surpreendida hoje. Todos os trabalhadores necessitam desse tipo de ação, com música e cultura. O dia fica bem melhor para todos nós — conta a doméstica Jaqueline Benedita Antunes, de 47 anos, moradora de Nilópolis, Baixada Fluminense.
Para o presidente da Fundação do Theatro Municipal, Aldo Mussi, a abertura do Palco Cultura Presente mostra a importância de levar as atrações do equipamento para as áreas mais populares do estado. “ir até onde o público está é uma das principais funções do Theatro Municipal. Acompanhamos as reações do público, alguns assistiram ópera pela primeira vez e certamente foram embora com isso na cabeça. Esperamos muitos outros eventos desse tipo no estado”, disse Aldo Muss
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