Pelas redes sociais, moradores do Leblon, Botafogo, Ipanema e Copacabana se armam com tacos de beisebol, socos ingleses, armas de choque e porretes
Lançada há 18 anos, a música “ZeroVinteUm” , da banda Planet Hemp, remete para os dias atuais o cenário de apartheid social-geográfico vivenciado nesta que é considerada uma das mais belas cidades do mundo. Diz a letra:”É muito fácil falar de coisas tão belas, de frente para o mar, mas de costas para favela”.
Nas últimas semanas, a luta de classes saiu dos livros de história para ganhar lugar nas praias da zona sul do Rio de Janeiro, envolvendo representantes da classe média carioca contra os moradores das regiões mais afastadas da cidade – sobretudo às zonas norte e oeste do mapa.
O conflito ganhou atenção dos jornais no Brasil e do mundo no último domingo, 20 de setembro, em um fim de semana marcado por arrastões em bairros como Ipanema e Copacabana – dando início à ação de um grupo de aproximadamente 30 homens, formado por jovens praticantes de artes marciais, que realizavam “blitze” em ônibus que partiam da praia rumo aos bairros do subúrbio carioca.
O alvo: “moleques de chinelo, com cara de quem não tem R$1 no bolso”, como destacava um dos agressores à reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira, 22 de setembro.
Durante a ação, o grupo parou um ônibus da linha 472 na avenida Nossa Senhora de Copacabana, que circula pelo trajeto Leme (zona sul) e Triagem (zona norte). Em seguida, os agressores invadiram o coletivo e retiraram um menor, desferindo uma série de socos e chutes até que policias interviram para evitar o linchamento. “Não espancamos. Queremos mostrar que não somos reféns. Os policiais nos apoiaram, tanto que não nos prenderam. É o terceiro final de semana que fazemos isso”.
Policial civil convoca ataques: “Desliguem suas câmeras e nos deixem agir”
Após semanas de conflitos nas praias da zona sul, o secretário de Segurança Pública da cidade, José Mariano Beltrame revelou a possibilidade de novos confrontos no próximo fim de semana.Em entrevista, a autoridade revelou que o setor de inteligência detectou que os grupos se preparam para fazer justiça com as próprias mãos, revelando o risco de linchamento.
Segundo reportagem do jornal O Dia desta terça-feira, grupos aramados de bairros como Leblon, Botafogo, Ipanema e Copacabana estão se mobilizado com tacos de beisebol, socos ingleses, armas de choque e porretes para ir às ruas no próximo fim de semana.
Pelas redes sociais, um policial civil afastado fez um pedido aos síndicos dos prédios da região, para que evitem filmagens de possíveis agressões que possam ser encaminhadas às autoridades: “Todos os moradores devem procurar os síndicos de seus prédios e pedir que em caso de violência contra esses marginais, se alguém atirar e matar um merda desse, não forneçam imagens das câmeras à polícia! Apaguem as imagens imediatamente! Ninguém é obrigado a fornecer as imagens! Digam que o sistema está com defeito!”.
Fonte: https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/gangues-da-zona-sul-prometem-novas-btlizes-neste-fim-de-semana/
Gente… que tristeza…. fui para o Rio em 2013 e me pareceu tudo tão equilibrado… vou novamente na semana que vem e confesso que estou sentindo um certo medinho…. 🙁