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Preconceito? Temendo arrastão, polícia tenta impedir jovens negros e pobres de frequentar praias da Zona Sul

No final de semana que passou, a Polícia Militar do Rio de Janeiro foi acionada na tentativa de impedir a entrada de cento e sessenta jovens, negros, pobres e menores de idade nas paradisíacas praias de Ipanema e Copacabana, habitualmente frequentadas por famosos e gente da alta sociedade, por temerem que eles praticassem um arrastão.

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Segundo informações do “El País”, os jovens da periferia foram detidos pela polícia quando saiam de automóveis e encaminhavam-se à praia, sem que tivessem praticado qualquer crime.

A Defensoria Publica do Rio, o Juiz do Tribunal de Menores e o organismo que reúne advogados oficiosos, são unânimes ao afirmar que as detenções são ilegais, pois não havia nenhum mandado judicial contra os menores, sendo que eles não haviam praticado delitos.

A ação da polícia visava apenas a prevenção contra a onda de roubos coletivos, conhecidos pelos frequentadores das praias como ‘arrastões’, muito comum nas praias brasileiras.

“A ação da policia foi truculenta, absurda e desastrada, o retrato do racismo brasileiro muito comum na sua polícia”, acusou o Perito em Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, ao ser entrevistado pelo El País. Ele disse ainda que não compreendia como a medida foi autorizada e estava sendo defendida.

Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, elogiou a postura da polícia de seu estado.

“Esses menores já tinham seus movimentos sendo mapeados pela inteligência da policia. Não podemos afirmar que todos os adolescentes praticaram assaltos, mas muitos dos que lá estavam com certeza já foram detidos umas dez ou quinze vezes”, confirmou o governador ao ‘El País’.

Segundo o Secretário da Segurança Pública, José Beltrame, a polícia estava fazendo um trabalho preventivo tentando evitar um dano maior à população que frequenta as praias.

“É preciso que as pessoas saibam da situação de vulnerabilidade em que se encontram esses garotos”, afirmou o secretário.

Beltrame ainda ressaltou a dimensão social que existe, acrescentando: “Temos que cumprir deveres para termos direitos de ir e vir. Eles estavam sem os bilhetes de passagens, longe de suas casas. Se uma pessoa sai sem dinheiro, com fome e vai a lugares distantes, como tenciona voltar”, concluiu.

Fonte: http://ow.ly/RxqaV

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