Uma princesa que reina em Ipanema e casará na Bélgica

Alix de Ligne, que mora há três anos no Rio, trabalha como gerente de uma joalheria
Alix de Ligne, que mora há três anos no Rio, trabalha como gerente de uma joalheria
Alix de Ligne, que mora há três anos no Rio, trabalha como gerente de uma joalheria

RIO — A Princesa Isabel vivia entre Petrópolis e Laranjeiras, no palácio hoje conhecido como Guanabara. Dizem que adorava flanar pela Rua Paissandu, contemplando as palmeiras imperiais. Sua tataraneta, no entanto, gosta de mais agitação. Alix Marie Isabelle de Ligne, que nasceu em Bruxelas e mora no Rio há pouco menos de três anos, costuma ser vista correndo pela orla da Zona Sul. Filha da princesa Eleonora de Orléans e Bragança e de um príncipe belga, Alix não tem, como seus antepassados, uma vida de contos de fada. Trabalha, e muito. Gerente de marketing de uma joalheria em Ipanema, ela não para. Viaja pelo menos uma vez por mês a trabalho, para o exterior, e, quinzenalmente, bate ponto em São Paulo.

— Ela é um trem de trabalho, não para um minuto. Ontem mesmo, chegou de Londres e veio diretamente do aeroporto para o escritório — conta Christian Hallot, porta-voz da H. Stern e quem a indicou para a vaga na empresa. — Eu a conheci criança e, quando a revi, já adulta, fiquei surpreso com a capacidade e o conhecimento que essa moça tinha.

Alix, de 31 anos, faz questão de dizer que é gente como a gente. Apesar de ter crescido num castelo na Bélgica (de Beloeil), garante ter sido criada “de um jeito totalmente normal”:

— Frequentei escolas públicas e privadas, com outros alunos. Não cresci numa bolha, sempre fui muito próxima da realidade. As pessoas costumam criar um estereótipo antes de me conhecer, mas muito rápido veem que sou uma menina como outra qualquer.

CASAMENTO COM CONDE

Alix vai se casar no mês que vem. O local da cerimônia será o castelo onde ela cresceu. O eleito, o consultor de empresas francês Guillaume de Dampierre, que ela conheceu em Paris quando ele voltava de uma aventura de seis meses de moto pela Rota da Seda, até a fronteira chinesa. Ele também tem sangue azul. É conde.

— Sempre quis e soube que ia casar lá, e estamos todos super animados para mais uma festa — diz a princesa, que vai morar no Rio após a boda e desconhece o destino da lua de mel. — Eu não sei, será surpresa dele!

No dia a dia, ela gosta de combinar o visual casual com belas joias. Alix revela que sua paixão pelas gemas vem da infância. Como muitas crianças, ela fez aulas de piano, balé, artes e equitação, mas sonhava mesmo era em trabalhar com diamantes e afins quando crescesse.

— As pedras têm um lado mágico que vem da natureza. Por exemplo, o diamante é carbono puro, submetido a pressão e temperaturas muito altas. É fruto de uma sorte grande porque se não houver o conjunto dos dois elementos, ele vira só grafite. Acho isso fascinante.

Ainda na escola, Alix passou a dar expediente, durante as férias, em feiras de arte. Quando terminou o ensino médio, estagiou na joalheria Amsterdam Sauer. Também costumava vir ao Rio nas férias anualmente:

— A cultura brasileira era muito presente na nossa casa. Comíamos pastel e feijoada de vez em quando. Meu irmão (o príncipe Henri Antoine de Ligne) e eu falávamos português com nossa mãe, ela fez questão de nos ensinar — diz a moça, quase sem sotaque.

Na hora de decidir que faculdade cursaria, outra paixão, a matemática, acabou falando mais alto: Alix escolheu estudar engenharia de produção. Durante a universidade, fez um intercâmbio de seis meses no Japão — ela fala razoavelmente japonês e espanhol e é fluente em francês, flamenco e inglês, além do português. Formada, foi trabalhar numa empresa — a Cartier — que tinha tudo a ver com sua primeira paixão.

Em 2009, Alix finalmente se rendeu e resolveu se especializar em gemologia (ciência que estuda as pedras preciosas) na Antuérpia, cidade belga conhecida como a terra dos diamantes, e em Nova York. Em 2011, a princesa chegou à joalheria brasileira H.Stern, onde está até hoje.

SHOW NO MARACANÃ

Além de joias, Alix também adora música. Ela diz que tem gostos muito variados: suas playlists “são as mais incoerentes”:

— Cresci ouvindo musica clássica graças a um festival que acontece a cada verão nos jardins de Beloeil, mas também gosto de punk/rock. U2 e Coldplay são bandas que marcaram minha geração e adorei ver o Coldplay no Maracanã (a banda se apresentou por aqui em abril), quase um momento histórico para nós.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/uma-princesa-que-reina-em-ipanema-casara-na-belgica-19391446#ixzz4B9IiqKoE

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